Produtoras apostam em linguagem moderna e tecnologia de ponta para fugir do tradicional e dar nova cara ao registro da cerimônia
Foi-se o tempo em que os álbuns de casamento seguiam aquele modelo padrão – uma “lista telefônica” imensa, pesada, com estojo de veludo e fotos posadas. Era o noivo sorrindo para a câmera, a noiva sorrindo para a câmera, convidados de copos em punho sorrindo para a câmera... e acabou. Agora o setor segue em outra direção. O tradicionalismo das fotos e vídeos de casamento vem dando lugar a conceitos mais ousados, mais modernos e muito menos datados.
Os novos álbuns descartam, inclusive, o papel fotográfico em si. Quem ganha terreno é o fotolivro, uma edição encadernada com papel de qualidade e as imagens impressas como em um livro ilustrado. Segundo Roberto Machado, gerente comercial da Indimagem, empresa de Caxias do Sul (RS) que atua no ramo fazendo impressões para fotógrafos profissionais, o mercado praticamente dobra a cada ano.
“A proposta do fotolivro é muito atraente para as noivas de hoje, que parecem trazer muitas referências do exterior”, diz Roberto. As fotos mais descontraídas, espontâneas e inovadoras montadas em um volume mais prático de carregar é algo comum nos Estados Unidos e na Europa. O Brasil entrou na dança há poucos anos.
Mas as novidades voam nesse ramo. Assim que montou o escritório de fotografia e começou a fotografar casamentos, Fernanda Lopez e sua sócia, do Studio AF Photo, de São Paulo, fizeram pesquisas e apostaram no fotolivro. “Além de ser um produto mais leve – em todos os sentidos, do peso de fato ao modo mais sutil de mostrar o casamento – o fotolivro permite muitas diferenciações”, diz a fotógrafa. “Cada álbum fica especial, com a cara dos noivos, porque podemos usar a diagramação a nosso favor e dispor cada imagem com a importância que ela merece”. Fernanda clica, inclusive, imagens panorâmicas, para poder ampliar os lances mais marcantes do casamento.
Dependendo do número de fotos escolhidas – o álbum padrão tem 80 fotos e 30 cm por 40 cm – o preço fica em torno de R$ 950, valor que a maioria dos fotógrafos que trabalha com fotolivros costuma incluir no pacote de serviços. “Com o fotolivro, também é possível fazer minilivros com as fotos do casamento para os noivos darem de presente para mães e avós”, diz Fernanda Lopez. Quem faz a opção pelas novas formas de registrar o casamento não se arrepende. “Por vários meses depois do meu casamento mostrei meu fotolivro por todo lado”, lembra Bruna Silvestro Franco, gerente de business support em São Paulo. Ela conta que adorou a edição do livro, feita junto a seus fotógrafos – uma coletânea compacta que permitiu usar muitas imagens e ainda deixar o volume prático de carregar. “Hoje meu irmão, que casou anos antes de mim, vê o álbum do casamento dele e meu fotolivro e acha o dele ultrapassado. O meu é muito mais atual”, conta Bruna.
De cinema Além das fotografias, os vídeos também vêm mudando de roupagem. Imagens aborrecidas e intermináveis tomadas dos convidados envergonhados são coisa do passado. Cada vez mais produzidos e bem editados, os filmes atuais veem cada casal de noivos como celebridades.
Foi nessa linha que entrou a Casamento Hollywood, empresa criada pelos colegas Leandro Lourenço e Caio Salgado. Eles apostaram em um estilo diferenciado: fotos e vídeos nos quais os noivos até posam, mas de um jeito muito mais “capa de revista” do que “casamento da titia”.
“Trouxe a ideia comigo desde que voltei da França para morar no Brasil”, diz Leandro. “Por lá esse modo de registrar os casamentos é mais comum, com um tratamento mais para o lado do cinema”. Os equipamentos, bem mais caros, ajudam a produzir um trabalho de qualidade e efeito superiores aos álbuns de antigamente. Mas o romantismo não fica de lado.
Os casais recebem, como resultado, um vídeo muito particular. “Conversamos com cada um deles para saber detalhes, assim podemos roteirizar um vídeo que tenha a ver com a história dos dois”, diz Leandro. A maioria se surpreende quando vê os filmes feitos por eles – que em nada lembram os vídeos chatos de antigamente. “Procuramos locações para filmar e fotografar os casais – e o trabalho fica tão bacana que os clientes pensam estar vendo uma praia no exterior, mas foi tudo feito ali perto, no litoral de São Paulo”.
A executiva de negócios Silvia Cordeiro teve um casamento em que tudo escapou do tradicional – com festa e cerimônia em um hotel fazenda no interior paulista. Com as fotos, não poderia ser diferente. Agora com mais de 6.000 fotos em mãos, Silvia diz que está tendo a árdua tarefa de selecionar as imagens. A paixão pelo resultado fica evidente. Quando perguntada se gostou, a orgulhosa resposta foi: “nossa, você viu as fotos?”. Difícil esquecer imagens como estas no fundo do armário.
Fonte:http://delas.ig.com.br/noivas/cerimoniaefesta/filme+com+cara+de+cinema+e+livro+de+imagem+substituem+fotos+de+casamento/n1597093344840.html
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