Muito além de informar a data e a hora da cerimônia, noivos optam por compartilhar com os convidados um pouco da sua história
“Mas, afinal, como vocês se conheceram?”, pergunta o coro de amigos, familiares e conhecidos, principalmente quando vocês resolvem marcar a data. Para responder a curiosidade alheia e, de quebra, personalizar um item indispensável do casamento – o convite – você pode escolher uma papelaria capaz de contar o que todos querem saber e, ao mesmo tempo, eternizar aquilo que é só de vocês dois.
Foi o caso de Veruska Ramos e David de Carvalho. A psicóloga, de 34 anos, é do interior de São Paulo. O empresário, 32 anos, de Belo Horizonte. Os dois se conheceram em Brasília por conta do trabalho e o amor aconteceu graças às viagens de avião. “Viajar fez parte de toda a nossa rotina”, conta.
A noiva queria mais do que um convite exclusivo. “Decidimos personalizar a nossa festa, mostrar o nosso “mundo” para os convidados”, conta. Raquel Salaro, sócia e designer da empresa de design e fotografia Chá das Duas, conta que o processo começa descobrindo o cotidiano do casal – dos gostos às lembranças, vale tudo. “Sugerimos um brasão com um avião, já que o aeroporto fazia parte da vida do casal. Até o save the date tinha a ver com o tema: foi uma tag de bagagem que os convidados preenchiam e penduravam na mala para ir ao casamento, que aconteceu em Belo Horizonte”, conta.
Para Veruska, o mais importante para quem quer um convite tão pessoal e exclusivo é procurar profissionais abertos e flexíveis. “Não basta pensar na própria história e no que é mais legal dela. É preciso driblar fornecedores com aquele velho discurso de ‘as noivas geralmente fazem assim...’ O mais emocionante depois é ouvir dos convidados que o convite é a nossa cara”, diz. Mas eles não foram o único casal a contar sua história por meio do convite.
Foto: Chá das Duas
O save the date de David e Veruska não escapou ao conceito: era uma tag de bagagem
Foto: Abelha Catita
... e a história dos dois foi contada no convite
Priscila Picciguelli Simei, 29, estilista, conheceu Fabio Renato de Souza Simei, 33, advogado, em uma balada indie paulistana. Descobriram um monte de coisas em comum, ficaram amigos, montaram uma banda de rock, começaram a namorar, casaram-se e passaram a lua-de-mel em Paris. Tudo isso foi ilustrado no convite criado por Débora Cheruti, 29, designer gráfica, sócia da Abelha Catita.
“O processo de criação foi todo em conjunto. A primeira pessoa que pensei para entregar a missão foi a Débora, que conheço desde a infância. Éramos vizinhas e soube que ela estava tendo ideias inovadoras e fugindo do tradicional convite de casamento”, lembra.
Em 2009, a própria Débora se casou com Fernando Salles, 32, jornalista. “Nunca gostei de convites comuns e não encontrei nada muito personalizado. Como sou designer gráfica, decidi que faria nosso próprio convite”, conta. Após o rascunho da ilustração, muitos layouts, escolha de papéis, fechos e afins, Débora imprimiu as peças e montou um por um. A partir daí, ela e a sócia Cátia Miranda, ilustradora e também designer, passaram a encarar o desafio do próprio casamento como profissão.
Depois de ver o convite de Priscila, Marina de Queiroz Faria, 28, farmacêutica, que se casou com Júlio Furtado Vaz, 31, administrador, mandou um e-mail para Débora, explicando que já morava junto com o companheiro há quatro anos, e que haviam decidido oficializar a união com a cerimônia civil e uma festa simples.
“Ela queria um convite pequeno, divertido e informal e que explicasse para as pessoas a relação, uma vez que muitos achavam que eles já eram casados. No e-mail, ela disse que eles inverteram a ordem das etapas e só então resolveram casar de verdade. E que, mesmo com a inversão, é feliz de toda forma”, emociona-se Débora.
Captando o sentimento das palavras da Marina, a designer sugeriu uma pequena ilustração que representasse cada uma das etapas trocadas, dizendo que a ordem dos fatores não importa na felicidade. “As noivas precisam saber que é possível fazer tudo o que você quer para o casamento. Basta paciência para procurar ideias legais e alguém bom para executar”, aconselha Marina.
Foto: Abelha Catita
A ordem dos fatores não altera o resultado: mote do casal formado por Julio e Marina virou convite
Algumas empresas tradicionais de papelaria para casamento também oferecem opções diferentes, além dos convites clássicos. Foi assim que Renata Gutierrez Bordinhon, 30, arquiteta, contou em forma de história em quadrinhos a maneira como conheceu o amor da sua vida, Marcos de Sanctis, 28, arquiteto.
Foto: Arquivo pessoal
O convite em quadrinhos de Renata e Marcos
A noiva procurou empresas com essa proposta e encontrou a Papel e Estilo. “Fui até a loja, escolhi o que combinava com a nossa história e as cores, a partir de um modelo que já existia”, diz.
Escolher um modelo que já existe custa menos. De acordo com Fernando Toribio, diretor de arte da Papel & Estilo, ao optar pelos convites interativos, “uma tendência”, os noivos devem ficar atentos se a arte realmente está sendo executada de acordo com o que almejaram. “Faça parceria com o designer. Ele é responsável por aliar o bom gosto e experiência na criação de convites, na identidade visual de todo o evento. Cada detalhe deve ser pensado e desenvolvido para atender ao perfil dos noivos”, explica.
Faça você mesma
Na busca por economia e personalização, Danielle Gaspar, 32, jornalista, e André Yasaka, 38, publicitário, arregaçaram as mangas e fizeram o próprio convite. O jeito de contar a própria história? Com uma trilha sonora feita a quatro mãos (e legendas explicativas, claro).
Casados desde 2007, até hoje eles são referência para familiares e amigos quando o assunto é convite exclusivo. A peça – feita com o papel e a impressão mais simples que encontraram – trazia um CD pequeno, com uma setlist feita só de referências aos momentos do casal.
Foto: Arquivo pessoal Ampliar
Danielle e André gravaram um CD-convite em casa mesmo: economia e personalização
André acompanhou a gráfica e editou o texto. Juntos, eles refilaram os convites para encaixar os CDs pequenos, comprados pelos dois no centro de São Paulo e gravados um por um, na sala da casa dela. “Ouço muito ‘até hoje escuto o CD de vocês’. Não esperávamos tanta repercussão e, no fim, foi algo gostoso de fazer e muito marcante para quem estava junto com a gente naquele momento”, completa a noiva.
Fonte: http://delas.ig.com.br/noivas/cerimoniaefesta/casais-criam-convites-de-casamento-que-contam-historias/n1597365075322.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário